sábado, 1 de maio de 2010

Outono














a manhã passeia com sua cauda branca lavada com ar que refresca alma, desatenta arrasta o dia desmaiado até beijar a tarde que vai em desassossego caindo pálida amarelecida, caiando o céu de púrpura dourada na preguiça desse dia outonal, a noite em seu traje de gala prata de vago azul ofuscante, sai talhando o sigilo do ar, recolhendo a voz de vácuo do vento, descobrindo as estrelas que se inclinam para mais um espetáculo, e finalmente sobre a cidade vai derramando o luar que espreita largo. E eu faço o silêncio entrar no cochicho do pensamento e sonho baixinho, que é para não despertar os “Deuses”, pois eles não podem ouvir para não desvendarem meus sonhos impossíveis.

(Loló)
(foto minha: praia de São Gonçalo - Paraty - janeiro de 2009)

Mimos








terei sempre:
um jardim para cuidar,
uma janela para olhar,
uma luz para brilhar,
um coração que toma sol
e tenha amor!

(Loló)
(foto minha: uma rosa que o Fred me deu no meu niver - Janeiro de 2007)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Se essa rua...












A rua abriga a infância de mãos dadas
que nela brinca como se fosse sua,
brilhantes pedras guardam segredos,
sonhos sonhados, sonhos dormidos
sonhos lavados, sonhos escorridos
sonhos escovados, sonhos acordados
a fumaça esconde desejos,
a penumbra desvela lampejos,
a carroça passa e o homem não.
Ah! se essa rua fosse minha....

(Loló)
(Foto de Eduardo Gageiro. Bairro Alto, Lisboa, 1969)